Shelley sem anjos e sem pureza, aqui estou à tua espera nesta praça, onde não há pombos mansos mas tristeza e uma fonte por onde a água já não passa. Das árvores não te falo pois estão nuas; das casas não vale a pena porque estão gastas pelo relógio e pelas luas e pelos olhos de quem espera em vão. De mim podia falar-te,mas não sei que dizer-te desta história de maneira que te pareça natural a minha voz. Só sei que passo aqui a tarde inteira tecendo estes versos e a noite que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós Eugénio de Andrade de As Mãos e os Frutos |
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Shelley sem anjos e sem pureza
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calendário 2014,
Eugénio de Andrade,
poesia
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