Ruy Belo Profanado (in
http://omarginalameno.blogs.sapo.pt/ruy-belo-profanado-148933 )
País poema homem
a eternidade é não haver papéis
que alegria ser poeta português
Portugal fica em frente
Eu vinha para a vida e dão-me dias
A natureza é certo muito pode mas um homem de pé pode bem mais
Se nem resolvi ainda o problema da unha do dedo mínimo/ como pretender ter resolvido o mínimo problema?
E as ideias, que só servem para dividir?
Sou novo. Tenho por isso a razão pelo meu lado.
Era novo. Não tenho a razão pelo meu lado.
Compro um bilhete de Comboio para ver quantos são hoje.
Não costumo por norma dizer o que sinto/ mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa.
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.
a minha grande esperança é o café
Nos dias de hoje ou nos tempos antigos/ não preciso de menos que todos os meus amigos.
Somos crianças feitas para grandes férias.
temi amei preocupei-me com problemas fui feliz vivi a vida emocionei-me
Falo muito de mim e de muitas maneiras/ algumas delas transpostas fantásticas fingidas
mesmo ao falar de deus eu me esqueço de deus
A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar- e de se ficar – pelas palavras.
Ninguém sabe andar na rua como as crianças
Vivemos convivemos resistimos
Ó minha vida esse processo que perdi
Li por exemplo a Bíblia li pessoa e pertenci à igreja ocidental/ e tenho de reconhecer que não sei nada do natal
Meu único país é sempre onde estou bem
O meu país são todos os amigos/ que conquisto e que perco a cada instante.
Eu não sou muito grande nasci numa aldeia/ mas o país que tinha já de si pequeno/ fizeram-no pequeno para mim.
Basta a cada dia a sua própria alegria/ e é grande a alegria quando iguala o dia
Pessoa é o poeta vivo que me interessa mais