segunda-feira, 29 de junho de 2015


Ruy Belo Profanado (in  http://omarginalameno.blogs.sapo.pt/ruy-belo-profanado-148933 )



País poema homem

a eternidade é não haver papéis

que alegria ser poeta português
Portugal fica em frente

Eu vinha para a vida e dão-me dias

A natureza é certo muito pode mas um homem de pé pode bem mais

Se nem resolvi ainda o problema da unha do dedo mínimo/ como pretender ter resolvido o mínimo problema?

E as ideias, que só servem para dividir?

Sou novo. Tenho por isso a razão pelo meu lado.

Era novo. Não tenho a razão pelo meu lado.

Compro um bilhete de Comboio para ver quantos são hoje.

Não costumo por norma dizer o que sinto/ mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa.

Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.

a minha grande esperança é o café

Nos dias de hoje ou nos tempos antigos/ não preciso de menos que todos os meus amigos.

Somos crianças feitas para grandes férias.

temi amei preocupei-me com problemas fui feliz vivi a vida emocionei-me

Falo muito de mim e de muitas maneiras/ algumas delas transpostas fantásticas fingidas

mesmo ao falar de deus eu me esqueço de deus

A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar- e de se ficar – pelas palavras.

Ninguém sabe andar na rua como as crianças

Vivemos convivemos resistimos

Ó minha vida esse processo que perdi

Li por exemplo a Bíblia li pessoa e pertenci à igreja ocidental/ e tenho de reconhecer que não sei nada do natal

Meu único país é sempre onde estou bem

O meu país são todos os amigos/ que conquisto e que perco a cada instante.

Eu não sou muito grande nasci numa aldeia/ mas o país que tinha já de si pequeno/ fizeram-no pequeno para mim.

Basta a cada dia a sua própria alegria/ e é grande a alegria quando iguala o dia

Pessoa é o poeta vivo que me interessa mais

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