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Por fim, para desenvolver o nosso potencial filosófico, é preciso
aprender a duvidar das nossas convicções. Por entre as ideias que nos
são mais afeiçoadas, é interessante tentar compreender como é que elas
se desenvolveram no nosso espírito. Este exercício é tipicamente
socrático e parece-me de grande utilidade. Se a ideia não foi registada
de um modo passivo, é importante reconstruir a sua história... Quem vos
falou nisso? Onde é que a ouvimos? Onde é que a lemos? Reconstituir o
caminho de uma ideia, é ter consciência de que a maior parte delas (ideias)
têm percursos caóticos que importa solidificar. E é, ao mesmo tempo, um
convite para não nos alistarmos de maneira excessivamente rápida na
defesa de uma convicção contra outra convicção.
Alain Badiou (1937), em entrevista a L'Obs. (nº 2645).
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