domingo, 26 de julho de 2015

aprender a duvidar das nossas convicções...



... Por fim, para desenvolver o nosso potencial filosófico, é preciso aprender a duvidar das nossas convicções. Por entre as ideias que nos são mais afeiçoadas, é interessante tentar compreender como é que elas se desenvolveram no nosso espírito. Este exercício é tipicamente socrático e parece-me de grande utilidade. Se a ideia não foi registada de um modo passivo, é importante reconstruir a sua história... Quem vos falou nisso? Onde é que a ouvimos? Onde é que a lemos? Reconstituir o caminho de uma ideia, é ter consciência de que a maior parte delas (ideias) têm percursos caóticos que importa solidificar. E é, ao mesmo tempo, um convite para não nos alistarmos de maneira excessivamente rápida na defesa de uma convicção contra outra convicção.

Alain Badiou (1937), em entrevista a L'Obs. (nº 2645).

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