sexta-feira, 27 de novembro de 2015

RECONCILIAÇÃO

Não sejas, mulher, os tormentos meus
e seja um só meu desejo e o teu.
Tu hás-de ser o meu amor na terra
e o nosso abraço um ao outro há-de estreitar.

Pousa nos meus teus lábios vermelhos,
mulher com a pele da cor da espuma.
Com teus alvos braços o meu corpo enlaça
e sejam esquecidas disputas antigas.

Moça bonita, de mil e uma graças,
não sejas volúvel; olha meus olhos,
recebe-me no leito onde te deitas
e sejam um só o teu corpo e o meu.

Por ti eu esqueci as outras mulheres,
só a ti eu quero bem junto ao peito.
Peço-te que faças o voto que eu fiz:

não queiras os outros, escolhe-me a mim.
Eu sei que tu sabes que sinto por ti
amor sem medida, desejo infinito.
Eu apenas quero que sintas por mim
o mesmo desejo, um amor igual.

Irlandês – Autor desconhecido (Século XV)
inO Imenso Adeus — poemas celtas do amor
(tradução de José Domingos Morais)

Sem comentários:

Enviar um comentário