És um sonho
na fronteira do meu corpo,
És a alma serena que evoco no deserto,
trazes-me o centro do mundo.

Flor de água são os teus lábios
os mistérios levantados da terra,
o vento que te roubou o aroma
a paixão que me atordoa
o sangue
a verdade
e também a luz.

Vem
o silêncio anuncia o segredo das artérias
o teu olhar é uma nascente antiga
onde o amor acaba sempre por renascer
do nada
e acontece a felicidade sem propósito.
Nós o sabemos.

Vem
viver
em meu sonho
por meu coração
passará indelével
a esperança matutina de novo tempo
para alcançar a estrela inalcançável.


antónio carneiro

No deserto
acontece a aurora.
Alguém o sabe.

Jorge Luis Borges

A palavra nunca é uma aparição silenciosa. Os seus ramos são
sonoros, a sua pupila fala, a sua garganta enuncia o murmúrio das
artérias. No entanto, o silêncio é a sua clareira onde a si próprio
advém e se reconhece como o princípio de si mesma. Num espaço
novo e virgem o silêncio é a nascente antiga onde a claridade 
acaba de nascer. A égua aveludada dos primeiros nomes abre um
caminho atapetado de pálpebras e de um pólen móvel, sinal da
origem e da união futura. A palavra não encontra o centro que a
move mas, de anel em anel, aproxima-se do seu fabuloso 
horizonte, que é a mesa de argila do mundo.
.
António Ramos Rosa, in "Relâmpago de Nada", Ed. Labirinto, 2004

És a rebeldia na minha solidão. 
Estás sempre que evoco a liberdade 
e trazes, como única roupa, a loucura. 
És a alma do meu sonho, 
o vento das velas, 
o remoinho em que me atordoa 
a vontade de regresso. 
Por isso te evoco e te peço a carne 
e o sangue que levaste 
e também o sol. 
Vem. Sê em mim a perversão e a fome, 
a força, a ira, a verdade e a pele. 
Leva-me ao centro do mundo
para arder na tua boca.

Edgardo Xavier.

O Evangelho pode resumir-se assim: não julgueis ninguém nem a vós mesmos, não condeneis ninguém nem a vós mesmos, tentai compreender os outros e a vós próprios. Isso é a compaixão. A compaixão não é apiedar-se, oferecer alguma doçura ou algum dinheiro. Muitas vezes, tal é necessário, mas por si só não basta. A compaixão é olhar o outro (e a nós próprios) e ajudá-lo a revelar-se. A compaixão é revelar-lhe que ele tem valor e que Deus habita nele. É ajudá-lo a ir até ao fim daquilo que ele pode viver.

                                                                                 Jean Vanier

Entre a asa e o voo
nos trocámos
como a doçura e o fruto
nos unimos
num mesmo corpo de cinza
nos consumimos
e por isso
quando te recordo
percorro a imperceptível
fronteira do meu corpo
e sangro 
nos teus flancos doloridos
Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo.

Mia Couto

" De pronto la intimidad, la intensidad de la vida,
       - de esa extraña ficción que llamamos vida-
       se sentía allí, memoria y piel, frente aquella casa.
       Caía lentamente la nieve mientras me acercaba,
       adivinando, no sé por qué, tras aquellas paredes
       que jamás había visto, mi verdadera historia.
       Llamé a la puerta y un hombre me abrió
       hablando un idioma desconocido, luego,
       tartamudeantes, iniciamos una conversación en francés.
       Atardecía, blancas sombras de nieve, el tictac del reloj.
       crujidos de madera, el viento en los cristales.
       Con cierta timidez le pregunté su nombre.
       esbozó una sonrisa cansada y moviendo una mano en el aire,
       entre toses y ahogos, murmuró Antón Paulovich Chéjov "

              Juan Luis Panero ( 1942-2013 )

" Flor de cal
        te alzas
        de la tierra
        que te robó el color
        arañas
        al viento que te violó el aroma
        le enseñas
        tus espinas
        a un cielo despiadado
        y estás
        áspero y solo cardo
        flor quemada viva
        salvándote con rabia
        en medio de la meseta
        donde fue degollada la gracia "

         Jesús López Pacheco ( 1930-1997 )

Balenciaga decía que " era arquitecto para las líneas, escultor para la forma, pintor para el color, músico para la armonía y filósofo para la medida " . 

 "  Era un sueño, aire
      Tranquilo en la nada;
      Al abrir los ojos
      Las ramas se perdían.

       Exhalaba el tiempo
      Luces vegetales,
      Amores caídos,
      Tristezas sin dónde.

       Volvía la sombra;
      Aguas eran sus labios.
      Cristal, soledades,
      La frente, la lámpara.

       Pasión sin figura,
      Pena sin historia;
      Como herida al pecho,
      Un beso, el deseo.

      No sabes, no sabes "

      Luis Cernuda ( 1902-1963 )

[Amor es un misterio que se cría...]

 " Amor es un misterio que se cría
       en las dulces especies de su objeto;
       de causas advertidas, luz y efeto,
       y de ciegos efectos, ciega guía.

       Fraude que apeteció la fantasía;
       imán del daño, acíbar del secreto;
       de tirana deidad, ley sin preceto;
       de preceptos sin ley, leal porfía.

       En cielo oscuro, tempestad serena:
       apacible pasión, dulce fatiga,
       lisonja esquiva, lisonjera pena;

       premio que mata, alivio que castiga;
       causa que, propiamente siendo ajena,
       con lo que más ofende más obliga "

         Juan de Tassis y Peralta ( 1582-1622 )

Mod-01 Lec-02 Linear Vector Spaces - I

Significado / definição de LITISPENDÊNCIA no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Significado / definição de LITISPENDÊNCIA no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

li·tis·pen·dên·ci·a 
(latim lis, -litis, debate jurídico, querela, pleito, demanda, processo + pendência)

substantivo feminino

[Direito]  Decurso de um processo judicial.

*

TOCANDO EM FRENTE - ALMIR SATER E LIMA DUARTE

Heteronomia (do grego heteros, “diversos” + nomos, “regras

Cartinha Aberta ao Major Otelo
Saraiva de Carvalho


O major Otelo Saraiva de Carvalho diz-nos que só aceitará «a candidatura por uma verdadeira imposição popular».
Raul Rego, in A Luta, 10.5.76

«Imposição popular»,
major Otelo, jamais!
Nos versos, o pé quebrar 
não faz mal, vem nos jornais…

Pé quebrado na política, 
mais tempo leva a soldar. 
Aos que lhe fazem requebros,
mande-os altoduquear.

Sua página está escrita
e dela guarda memória
o povo, que não impõe
as estórias à história.

Em vinte e cinco de Abril
sua página foi escrita. 
Não há rasura possível. 
É uma página limpa.

E uma página linda,
Otelo, meu capitão!
Que mais quererá ainda
com a palavra «imposição»?

Que venha a vaga de fundo
que o há-de levar ao cume
do tal poder popular?
Presidente, dê-me lume, 
vamos mas é charutar…


Alexandre O’Neill (1924-1986)
Anos 70 – poemas dispersos
(edição de Maria Antónia Oliveira e de Fernando Cabral Martins, prefácio de Vítor Silva Tavares, desenhos de Luis Manuel Gaspar)

"[…] as if in your soul there’s a place prepared in advance for my every thought."Reach for the sky"Don’t you think there is always something unspoken between two people?""This time he is close to her, he speaks to her. She welcomes him without surprise. They are without..."con-templations: Si vous saviez combien la peau est profonde. Oui, cela dépend comme on la caresse....

“Invisible threads are the strongest ties.” 

― Friedrich Nietzsche

nevver: “You go your way   I’ll go your way too”   Leonard...
“Knowing yourself is the beginning of all wisdom.”Aristoteles

Finding style and voice in photography

For many of us finding our photographic voice is a never ending struggle. With inspiration at our fingertips, we can unconsciously get influenced, resulting in our style emulating others instead of being our own. The good news is over the past five years I’ve had a journey with the Leica M camera that helped me find my unique photographic voice. As Oscar Wilde said, “Be yourself; everyone else is already taken.”

Finding your style is no easy walk in the park, sadly I don’t have a magic wand that can instantly give you a style. But I have the next best thing, a guide. I’m not saying that I know everything, and I’m still learning myself. In saying that, I have stumbled upon a few steps over the past 5 years in my career that have helped me, and I wanted to share them with you. With this guidance and a little work hopefully we can skip a few years making this journey a little less time consuming.

One thing to consider are the artists that inspire you. Ask yourself the question what is it that draws you to their work? It could be the use of colour, subject matter, the emotions they convey, the genre their work is in or the tools they use. Find the connections and similarities between the artists you like and write them down. This will give you some idea and understanding about the types of aesthetics your drawn to.

Your personality, aesthetics, voice, character, together make you who you are. The only way I know how to achieve and create a style that is uniquely yours, is knowing yourself. Ask yourself, who you are, and what characteristics make you an individual? Are you a quite person, like empty spaces, or do you like people and sharing stories? Do you like timeless design and simplicity? Ask yourself these questions, and take note of them.

Now that you have answered these questions its time to make connections between your aesthetics & personality. For example, personally I mainly wear monochrome clothing and my house is decorated with items that follow a white colour palate. My personality is drawn to black and white aesthetics. I’m inspired by black and white photographers like Hiroshi Sugimoto & Michael Kenna. Putting two and two together, it makes sense stylistically for me to be a black and white photographer, as I’m drawn to and inspired by monochrome visuals. That is why I was drawn to the Leica M camera. For its simplistic design and minimal functions, everything I need and nothing more.

“Beauty is how you feel inside, and it reflects in your eyes.” – Sophia Loren

The more self exploration you do, the more connections you can make. Over time you will build and grow an understanding of your visual aesthetics that you can apply to your photography. Through time you will achieve a unique voice that will come naturally through your lens once you have a firm understanding of who you are, and what you like. For me consistency is a big factor in my style, and what better way to be consistent with my imagery then to pick one camera the Leica M( typ 240), and one lens the Leica M 50mm Summilux. Using one camera helps the subtle features and details stand out. Here is an example, you instantly know what camera I use because of the little red dot on the front. Thats the power of consistency.

The next step is to write down your process. This exercise helps you stay on track and keeps your work consistent. There is no limit or rules, but the more precise and simple your guide the easier it is to follow. My personal stylistic guide is.

Portable – 50mm lens, Leica M camera.
Anything – Photos can be of any subject matter.
Available Light – Natural sunlight or available interior artificial light.
Minimal – Take away all unnecessary clutter and objects. Focus on the subject or texture.
Identifiable – Kodak Tri-x 400 film or preset, Platinum Palladium printing.

The list can be as long as you want, but try and keep it simple with a little room for flexibility. I would recommend writing these down in your phone or note book for easy access, so you can always look over them from time to time. You can always refine and edit your style. There is no right or wrong way, there is only your way. Over time you will change and your style will change with you. Just remember to be true to yourself, don’t try and emulate someone else. And remember to keep your Leica slinged around your shoulder. Aristotle said it best so I’ll finish with his words.

“Knowing yourself is the beginning of all wisdom.”

To know more about A.B. Watson, please visit his official website and follow him on Instagram.

The post Finding style and voice in photography appeared first on The Leica Camera Blog.