quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
A Viola da Alfama
Viola triste da feudal Alfama,
berço godo de heróis, que amaram riscos!…
Lisboa põe-te ao peito, e canta e exclama,
— como nos tempos dos solaus mouriscos.
O moço Egas Moniz, sem tons ariscos,
aqui ternos solaus tangeu à dama,
por esses turvos becos da moirama,
em que hoje há vis alfurjas com petiscos.
Bastas vezes aqui os arrabis
dos Infanções, Gardingos, e Alvazis,
se desataram em chorosos ais…,
para as adufas das preciosas moiras,
as quais namoriscavam como as loiras
— e piscavam seus olhos orientais.
Gomes Leal (1848-1921)
Mefistófeles em Lisboa — e outros humorismos poéticos
(edição de José Carlos Seabra Pereira)
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