sábado, 12 de dezembro de 2015



CAMA
Podia ser uma cama aberta no horizonte
e os teus cabelos num poente incendiado.
Podia ser o teu sexo num cume de monte,
e os teus seios despidos sobre este prado.

A mão que esconde mais do que oferece,
os olhos de presa dominando o caçador.
E os teus lábios que murmuram a prece
de quem só reza no instante do amor.

E se falasse dos teus olhos, dos teus braços
desse corpo em que me perco e te ganho,
não mais acabaria o que tem de acabar; uma respiração de suspiros e de abraços
neste canto em que és tudo o que eu tenho,
nesta viagem em que não tem fundo o mar.
.
((Nuno Júdice))

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