sábado, 5 de dezembro de 2015



En una vida


Por toda uma vida
devem escrever-se poucos poemas de amor.
Apenas quando o coração pressente um futuro difícil,
quando já sabemos que a meio de um pesadelo
vamos acordar pela virtude de um beijo,
ou quando vamos passar ao largo de um sonho pior,
só quando, no minuto que oscila, duvidoso,
nos é dado escrever algo breve e conciso,
que não surja, por si, demasiado fácil.
Quanto ao resto
só rezamos bem quando acreditamos na morte
que está próxima, porque acreditar é ser.


Gabriela Kizer, in Guayabo (2002).

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