quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

[…]
Vamos considerar a osmose das pessoas
nondum orto jubare;
A torre, marfim, o claro céu
Marfim rígido à luz solar
E a claridade pálida do firmamento
Phoibos de coxas estreitas,
O golpe fresco do ar,
Flor talhada no vento, por Helios
Senhor da lâmina de Luz, e abril
Ressoando ao redor dos pés do Deus,
A beleza sobre uma carreta de burros
Sentada em cinco sacos de lavanderia:
Teria sido a estrada perto de Perugia
Que leva a San Piero. Olhos marrom-topázio,
Água de arroio sobre areia parda,
Os cães brancos na escarpa,
Escorrer de água, luzes e a proa,
Bicos de prata transpassando a noite,
Pedra, ramo sobre ramo,
lâmpadas fluidas dentro d’água,
Pinheiro sob o negro tronco de sua sombra
E na colina negros troncos dessa sombra
As árvores desvaneciam-se no ar.

Ezra Pound (1885-1972)
Os Cantos
(tradução e introdução de José Lino Grünewald)

Sem comentários:

Enviar um comentário