terça-feira, 27 de setembro de 2016

Como estrela cadente
como pedra rolando
na corrente
como lua caindo por detrás das dunas
como revérbero nas águas como reflexo
como um foco na noite
como um cigarro uma lanterna um astro
como escamas luzindo no canal
como o resto de um rasto
como um sinal: nada mais do que um sinal
uma luz a acender e a apagar.
Ou eu
a pescar.

Lisboa, 26.12.96

Manuel Alegre, Senhora das Tempestades (1998)

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