Que nome te darei, austera imagem,
Que avisto já num angulo da estrada,
Quando me desmaiava a alma prostrada
Do cansaço e do tédio da viagem?
Em teus olhos vê a turba uma voragem,
Cobre o rosto e recua apavorada…
Mas eu confio em ti, sombra velada,
E cuido perceber tua linguagem…
Cobre o rosto e recua apavorada…
Mas eu confio em ti, sombra velada,
E cuido perceber tua linguagem…
Mais claros vejo, a cada passo, escritos,
Filha da noite, os lemas do Ideal,
Nos teus olhos profundos sempre fitos…
Filha da noite, os lemas do Ideal,
Nos teus olhos profundos sempre fitos…
Dormirei no teu seio inalterável,
Na comunhão da paz universal,
Morte libertadora e inviolável.
Na comunhão da paz universal,
Morte libertadora e inviolável.
Antero de Quental.
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