sexta-feira, 9 de setembro de 2016

[Todas as horas, todos os minutos,]

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Todas as horas, todos os minutos,
São para mim a véspera da partida.Preparo-me para a morte, como quem
Se prepara para a vida.
Em qualquer parte eu disse que a Beleza
Não nasce só mas sim acompanhada.
Não são palavras as que eu digo.
A minha boca pertence aos que me amam.
Mudos e sós.
À nossa volta todos os amantes
Sentir-se-ão tranquilos.

Um coração puro
É como o sol:
Brilha todos os dias.

Raul de Carvalho, Realidade Branca. Lisboa, Ed. do Autor, 1968, p. 31.

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