sexta-feira, 21 de abril de 2017



É sempre quase madrugada. São horas tão
extensas como espaços de céu. É excessivo, o
tempo já não sabe por onde há-de passar.
O tempo já não passa. Dizes para ti próprio que
se agora àquela hora da noite ela morresse, seria
mais fácil, queres dizer certamente: para ti, mas
não acabas a frase.



marguerite duras
textos secretos
a doença da morte
trad. tereza coelho
quetzal
1999

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