" Quisiera ser convexo
        para tu mano cóncava,
        y como un tronco hueco
       para acogerte en mi regazo
       y darte sombra y sueño.
       Suave y horizontal e interminable
       para la huella alterna y presurosa
       de tu pie izquierdo
       y de tu pie derecho.
       La de todas las formas
       como agua, siempre a gusto, en cualquier vaso.
       Y también como vaso
       para abrazar por fuera al mismo tiempo.
       Como el agua hecha vaso
       tu confín-dentro y fuera- siempre exacto "

         Gerardo Diego ( 1896-1987 )


Quisera ser convexo
para tua mão côncava,
e como um tronco oco
para acolher-te em meu regaço
e dar-te sombra e sonho.
Suave e horizontal interminável
para a pégada alterna e pressurosa
de teu pé esquerdo
e de teu pé direito.
De todas as formas
como água, sempre a gosto, em qualquer vaso.
E também como vaso
para abraçar por fora ao mesmo tempo.
Como a água fecha o vaso
teu limite - dentro e fora- sempre exacto."

Gerardo Diego (1896-1987)