quarta-feira, 8 de julho de 2015
Aqui tive um amor, uma impura
floração de sangue enamorado,
mas do sangue mais desesperado
onde a luz não existe na sua treva densa.
Desapareces como um anjo; como a escura
dor da juventude; como um gládio
de amargura e de vento, derrotada
pelo ferro e a sede da ternura.
Em ti acaba a noite, e na tua margem,
a água amante e a paixão mordida,
e, na tua boca, a minha verdadeira.
Unicamente porque morre, canta
a minha palavra nua e retorcida:
em direcção a ti, como um punho, se levanta.
António Gamoneda
floração de sangue enamorado,
mas do sangue mais desesperado
onde a luz não existe na sua treva densa.
Desapareces como um anjo; como a escura
dor da juventude; como um gládio
de amargura e de vento, derrotada
pelo ferro e a sede da ternura.
Em ti acaba a noite, e na tua margem,
a água amante e a paixão mordida,
e, na tua boca, a minha verdadeira.
Unicamente porque morre, canta
a minha palavra nua e retorcida:
em direcção a ti, como um punho, se levanta.
António Gamoneda
terça-feira, 7 de julho de 2015
terça-feira, 30 de junho de 2015
"...O que se passa hoje é como se, invisivelmente, se estivesse a realizar uma das funções essenciais que Orwell atribuía ao Big Brother, que era tirar todos os anos algumas palavras de circulação, porque sabia que é mais fácil controlar pessoas cujo vocabulário é restrito e que, por isso, têm dificuldades em expressar-se com clareza e riqueza e, em consequência, dominam menos o mundo em que vivem. O incremento de formas de expressão quase guturais como os sms e o Twitter apenas dá expressão a um problema mais de fundo que é a desertificação do vocabulário, fruto de pouca leitura, e de um universo mediático muito pobre e estereotipado. ..."
J. Pacheco Pereira, in Demasiado lampeiros para serem sérios (jornal Público de 20/6/2015).
segunda-feira, 29 de junho de 2015
A lista completa pode ser vista aqui.
1. Nirvana - Nevermind
2. Wu-Tang Clan - Enter The Wu-Tang (36 Chambers)
3. Prince - Sign "O" the Times
4. Daft Punk - Discovery
5. The Smiths - The Queen is Dead
6. Radiohead (na foto) - OK Computer
7. Liz Phair - Exile in Guyville
8. Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy
9. DJ Shadow - Endtroducing...
10. Pavement - Slanted and Enchanted
11. D'Angelo - Voodoo
13. Jay Z - The Blueprint
14. My Bloody Valentine - Loveless
15. Public Enemy - Fear of a Black Planet
16. The Magnetic Fields - 69 Love Songs
17. Beastie Boys - Paul's Boutique
18. Björk - Homogenic
19. The Strokes - Is This It
20. Pixies - Doolittle
21. OutKast - Aquemini
22. Green Day - Dookie
23. Nas - Illmatic
24. The Replacements - Tim
25. Hole - Live Through This
26. The Dismemberment Plan - Emergency & I
27. The Notorious B.I.G. - Ready to Die
28. Nirvana - In Utero
29. R.E.M. - Automatic for the People
30. Beck - Odelay
Ruy Belo Profanado (in http://omarginalameno.blogs.sapo.pt/ruy-belo-profanado-148933 )
País poema homem
a eternidade é não haver papéis
que alegria ser poeta português
Portugal fica em frente
Eu vinha para a vida e dão-me dias
A natureza é certo muito pode mas um homem de pé pode bem mais
Se nem resolvi ainda o problema da unha do dedo mínimo/ como pretender ter resolvido o mínimo problema?
E as ideias, que só servem para dividir?
Sou novo. Tenho por isso a razão pelo meu lado.
Era novo. Não tenho a razão pelo meu lado.
Compro um bilhete de Comboio para ver quantos são hoje.
Não costumo por norma dizer o que sinto/ mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa.
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.
a minha grande esperança é o café
Nos dias de hoje ou nos tempos antigos/ não preciso de menos que todos os meus amigos.
Somos crianças feitas para grandes férias.
temi amei preocupei-me com problemas fui feliz vivi a vida emocionei-me
Falo muito de mim e de muitas maneiras/ algumas delas transpostas fantásticas fingidas
mesmo ao falar de deus eu me esqueço de deus
A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar- e de se ficar – pelas palavras.
Ninguém sabe andar na rua como as crianças
Vivemos convivemos resistimos
Ó minha vida esse processo que perdi
Li por exemplo a Bíblia li pessoa e pertenci à igreja ocidental/ e tenho de reconhecer que não sei nada do natal
Meu único país é sempre onde estou bem
O meu país são todos os amigos/ que conquisto e que perco a cada instante.
Eu não sou muito grande nasci numa aldeia/ mas o país que tinha já de si pequeno/ fizeram-no pequeno para mim.
Basta a cada dia a sua própria alegria/ e é grande a alegria quando iguala o dia
Pessoa é o poeta vivo que me interessa mais
País poema homem
a eternidade é não haver papéis
que alegria ser poeta português
Portugal fica em frente
Eu vinha para a vida e dão-me dias
A natureza é certo muito pode mas um homem de pé pode bem mais
Se nem resolvi ainda o problema da unha do dedo mínimo/ como pretender ter resolvido o mínimo problema?
E as ideias, que só servem para dividir?
Sou novo. Tenho por isso a razão pelo meu lado.
Era novo. Não tenho a razão pelo meu lado.
Compro um bilhete de Comboio para ver quantos são hoje.
Não costumo por norma dizer o que sinto/ mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa.
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.
a minha grande esperança é o café
Nos dias de hoje ou nos tempos antigos/ não preciso de menos que todos os meus amigos.
Somos crianças feitas para grandes férias.
temi amei preocupei-me com problemas fui feliz vivi a vida emocionei-me
Falo muito de mim e de muitas maneiras/ algumas delas transpostas fantásticas fingidas
mesmo ao falar de deus eu me esqueço de deus
A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar- e de se ficar – pelas palavras.
Ninguém sabe andar na rua como as crianças
Vivemos convivemos resistimos
Ó minha vida esse processo que perdi
Li por exemplo a Bíblia li pessoa e pertenci à igreja ocidental/ e tenho de reconhecer que não sei nada do natal
Meu único país é sempre onde estou bem
O meu país são todos os amigos/ que conquisto e que perco a cada instante.
Eu não sou muito grande nasci numa aldeia/ mas o país que tinha já de si pequeno/ fizeram-no pequeno para mim.
Basta a cada dia a sua própria alegria/ e é grande a alegria quando iguala o dia
Pessoa é o poeta vivo que me interessa mais
sábado, 27 de junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
" Elija sus estrellas el astrólogo,
que yo te elijo a ti, sol de mi alma,
cuando enciendes la alcoba con bostezos
interminables, al nacer el día,
y alzas al cielo los divinos brazos
revelando tus curvas más secretas,
esas que por la noche se ocultaban.
Abísmese el astrólogo en planetas
que rijan los destinos de los hombres,
que yo me abismo en quien mi sino rige,
en mi amanda, a la luz despedazándose "
Luis Alberto de Cuenca.
que yo te elijo a ti, sol de mi alma,
cuando enciendes la alcoba con bostezos
interminables, al nacer el día,
y alzas al cielo los divinos brazos
revelando tus curvas más secretas,
esas que por la noche se ocultaban.
Abísmese el astrólogo en planetas
que rijan los destinos de los hombres,
que yo me abismo en quien mi sino rige,
en mi amanda, a la luz despedazándose "
Luis Alberto de Cuenca.
Desde que a luz te permite ver
que não te atreves a olhar.
Que temes encontrar?
Talvez a marca do tempo
ou talvez o contrário
que o tempo não tenha deixado marca.
Itzíar Míngez Arnáiz.
****
" Desde que la luz te permite ver
no te has atrevido a mirar
¿ qué temes encontrar ?
tal vez la huella del tiempo
o tal vez lo contrario
que el tiempo no haya dejado huella "
Itzíar Míngez Arnáiz.
que não te atreves a olhar.
Que temes encontrar?
Talvez a marca do tempo
ou talvez o contrário
que o tempo não tenha deixado marca.
Itzíar Míngez Arnáiz.
****
" Desde que la luz te permite ver
no te has atrevido a mirar
¿ qué temes encontrar ?
tal vez la huella del tiempo
o tal vez lo contrario
que el tiempo no haya dejado huella "
Itzíar Míngez Arnáiz.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
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