terça-feira, 12 de abril de 2016



Dois leões puxam o carro. São de ouro.
Um homem trata da imortalidade. Avança
grandemente sob os raios de um sol
escuro do outro lado. Há vento em tudo isto.
Prepara-se o mármore, ou a negra diorite,ou
entre as mãos a argila toma a forma
dessa face. Rugem os leões iluminados.
Quem irá deter esse guerreiro? Avança
pelo centro dos milénios, o arco retesado
o rosto devastado pelo tempo.


carlos poças falcão
o número perfeito
arte nenhuma (poesia 1987-2012)
opera omnia
2012

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