Louvada seja a gordura, o seu unto
cheio de graça, a curva
tensa e reluzente dos refegos.
Ditosos sejam os seres de densa folhagem
onde tudo o que queira
pode encontrar abrigo e passar a noite.
Que gozem de boa fama
esses flamejantes seres, exagerados,
vivos retratos da abundância.
Abram alas por onde eles passarem;
não os façam perder
no tempo, o peso e a vida.
Convidem-nos para a mesa e para a cama
(sem grandes recatos ou prévias condições)
e celebrem em público os seus amplos,
gloriosos fastos da gordura.
Rigoberto Paredes, in Fuego Lento
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