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POEMAS DE ANNA SWIR
POEMAS DE ANNA SWIR
Durmo e ronco
Minhas pernas roncam,
minhas mãos roncam,
minha barriga ronca
feito insolência.
Eu sou a capital do Império do Ronco.
A felicidade total,
por assim dizer.
(versão de Ricardo Domeneck, a partir da tradução inglesa de Czesław Miłosz & Leonard Nathan)
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Recital de poesia
Enrosco-me em espiral
como um cão
que tem frio.
Quem me vai dizer
porque nasci,
a razão desta monstruosidade
chamada vida.
O telefone toca. Tenho de dar
um recital de poesia.
Entro.
Uma centena de pessoas, uma centena de pares de olhos.
Olham, esperam.
Eu sei porquê.
É suposto dizer-lhes
porque nasceram,
porque existe
esta monstruosidade chamada vida.
(versão de Luis Filipe Parrado, a partir da tradução inglesa de Czeslaw Milosz e Leonard Nathan, extraído de sua página Do Trapézio, Sem Rede)
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