O grande pintor Degas falou-me muitas vezes de uma observação de Mallarmé, que é muito apropriada e simples. Degas, às vezes, escrevia versos, e deixou alguns deliciosos. Mas tinha grandes dificuldades nesse trabalho acessório da sua pintura. (Aliás, ele era pessoa para pôr em qualquer arte, que praticasse, inúmeras dificuldades.) Disse ele um dia a Mallarmé: "O seu ofício é infernal. Eu nunca consigo fazer aquilo que quero, embora tenha imensas ideias..." E Mallarmé respondeu-lhe: "Não é com ideias, meu caro Degas, que se fazem versos. É com palavras."
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