terça-feira, 29 de novembro de 2016

Joane

Nesse tempo, esperava crescer para molhar o pão no vinho. Jogava à bola na grande garagem e corria sempre, quase distraído. 
Não sabia ainda um nome para as coisas. Contava os passos e prendia o amigo. Subia às árvores, derrubava ninhos e fugia. Havia apenas o monte e esconderijos nos penedos. E a mina, escura. 
Os dias passavam sem que me lembrasse. Uma espécie de sol me protegia.

Mário Rui de Oliveira (1973)
O Vento da Noite
(prefácio de Eugénio de Andrade)

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