[À ESQUERDA)
À esquerda e a meia altura da folha colocada
na vertical, o artista desenhou um pulso
com a sua mão articulada, deitada aberta para trás.
Deixou-se ali à espera de algo que viria
nela poisar, apoiar-se, confiante, nela. E veio.
E agora está lá desde sempre: uma cabeça feminina
- firme e desenhada com a minúcia da ternura -
com aquele olhar
velado, em frente
que dá a ilusão de ser a ti que olha.
[MANUEL GUSMÃO (1945)]
(Pequeno Tratado das Figuras)
(in Poemário Assírio & Alvim 2014)
*
Sem comentários:
Enviar um comentário