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Não há regresso.
Mas existem alguns movimentos
que se assemelham a um retorno
como o relâmpago à luz.
É como se fossem
formas físicas da memória,
um rosto que volta a formar-se por entre as mãos,
uma paisagem submersa que se reinstala na retina,
há que procurar medir de novo a distância que nos separa da terra,
voltar a comprovar que os pássaros ainda nos seguem, vigilantes.
Não há retorno.
No entanto,
tudo é uma invertida esperança
que vai crescendo para trás.
Roberto Juarroz, in PoesiaVertical (1987).
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