quinta-feira, 30 de junho de 2016


Photography by Sarah Lee, from Surf Odyssey © Gestalten 2016.


Photography by Morgen Maassen, from Surf Odyssey © Gestalten 2016.


Photography by Sarah Lee, from Surf Odyssey © Gestalten 2016.

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all images © Mitja Kobal

We come from the land of the ice and snow, Mitja Kobal
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Best Goal Celebrations EVER!

[Mas será que em vão guardamos
o coração no peito, em vão que]

Mas será que em vão guardamos o coração no peito, em vão que
Apenas nós, mestres e discípulos, esperamos? Pois quem
Quereria opor-se e impedir a nossa alegria?
O fogo divino também nos impele, dia e noite,
A partir. Por isso, vem! Para que contemplemos o espaço aberto,
Para que procuremos o que é nosso, por muito longe que se encontre.
Uma coisa é certa: quer ao meio-dia, quer
até à meia-noite, a todos é comum
Uma medida aplicada diferentemente a cada um,
E vai e vem assim cada um até onde pode.
Por isso à loucura exultante é grato troçar da troça,
Quando de súbito se apodera do vate na noite sagrada.
Vem, pois, ao Istmo! Onde o mar alto sussurra
Junto ao Parnaso e a neve rodeia de luz os rochedos délficos.
Vem à terra do Olimpo, aos cumes do Citéron,
Passar sob os abetos e os vinhedos donde
Se avista ao fundo Tebas e o Ismeno que rumoreja na terra de Cadmo
De onde o Deus que há-de vir se aproxima e para trás aponta.

Friedrich Hölderlin (1770-1843)
Elegias
(tradução e prefácio de Maria Teresa Dias Furtado)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Sagração de Enki-Du por sua Mãe Ninsun

A ti que não és raça dos cabeças negras
A ti ponho no chão da Egalmah
E ponho em ti o tirso do amável
E te dou nome Soldado de Anu
E te dou nome Pedra de Guilgamesh

Como o leão que na grande corrida mantém a cabeça imóvel
Sê barco do meu filho no mar perigoso
Na água a que não conhecemos o fundo
Na montanha do cedro a quem nunca ninguém viu a altura
Nos sete brilhos de Humbaba, causa de todo o mal.

Epopeia de Guilgamesh (c. séc. xxv a. C.)
inRosa do Mundo — 2001 Poemas para o Futuro
(tradução de Mário Cesariny)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Miséria Humana

Que são os homens, pois? Da dor triste morada,
Bola de falsa sorte, fogos-fátuos do tempo,
Palco de acres temores, e agudo sofrimento,
Neve logo fundida, e uma vela apagada.

Foge-nos esta vida qual conversa fiada.
Os que ante vós despiram do corpo o fraco manto
E no rol dos defuntos deste açougue entretanto
Seus nomes inscreveram, deles não ficou nada.

Tal como um sonho vão facilmente é esquecido
E corre sem parar o rio não reprimido,
Assim se apagará nosso nome, honra e sorte.

O que agora respira, esfumar-se-á com o ar,
O que vier depois, à cova há-de ir parar.
Que digo? Que nos vamos, qual fumo ao vento forte?

Andreas Gryphius (1616-1664)
inO Cardo e a Rosa (poesia do barroco alemão)
(selecção, tradução e prefácio de João Barrento)

sábado, 18 de junho de 2016

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© Lars Andreas Dybvik

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© Lars Andreas Dybvik

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© Lars Andreas Dybvik

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© Lars Andreas Dybvik

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© Lars Andreas Dybvik

Industrial Light and Magic, Lars Andreas Dybvik
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"Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é."




"Há derrotas que têm mais dignidade do que a própria vitória."

"A velhice pode ser o nosso tempo de ventura. O animal está morto, ou quase morto. Restam o homem e a alma."
Que bom era exprimi-la!
Mas só posso sonhá-la...
Como era bom levá-la,
como era bom!... Tranquila!

Como era bom despi-la
ao poder encontrá-la!
-- Já não sorri. Não fala.
Da carne separá-la,
como era bom despi-la!

Acordá-la e despi-la,
do seu corpo despi-la!
mas a alma, que é sua,
que bom era levá-la!
para longe levá-la...
para bebê-la, nua.
-- Já não respira... Estua.
-- Já não responde... Cala.

Fernando de Paços,
in António Manuel Couto Viana (ed.), As Folhas de Poesia Távola Redonda

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Martina TopLey Bird -☼- Golden Brown
Covers (and blanket) in LiLyland 2016* : The Stranglers cover.. My milky bar with caramel.. Taste and enjoy!.. £*
..”Every time just like the last
On her ship tied to the mast
To distant lands
Takes both my hands
Never a frown with golden brown

Golden brown finer temptress
Through the ages she’s heading..” 

Rodrigo Leão, Scott Matthew - That's Life

segunda-feira, 13 de junho de 2016

As Pessoas Sensíveis
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
«Ganharás o pão com o suor do teu rosto»
Assim nos foi imposto
E não:
«Com o suor dos outros ganharás o pão»
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'

sábado, 11 de junho de 2016

A Sombra (tradução de um poema 
de uma língua desconhecida)

Foi ali que um dia sentiu desejos de partir também. Que ficava fazendo sozinha? Quem leva uma lança, leva a mulher também.

O seu xale negro tem um segredo, e o seu mal de morte vem do mesmo dia.

Os anos correram sem novas algumas, e as moças finaram--se velhas, velhas de tanto esperar.

E todas as noites, na margem sombria, uma silhueta franzina de trágica sonâmbula vai seguindo, como um braço murcho de cipreste a boiar ao de cima da corrente que o vai levando — mansamente.

José de Almada Negreiros (1893-1970)
Poemas
(edição de Fernando Cabral Martins, Luis Manuel Gaspar 
e Mariana Pinto dos Santos)

sexta-feira, 10 de junho de 2016


JÁ CONHECE A MAIOR ECOPISTA DE PORTUGAL?


[Não perscrutes o anónimo futuro,]

Não perscrutes o anónimo futuro,
Lídia; é igual o futuro perscrutado
Ao que não perscrutarás,
Quem o deu, o deu feito.

Disformes sonhos antecipam coisas
Que serão piores que os disformes sonhos.
No temor do futuro
Nos futuros perscrutamos [?].

Sabe ver só até o horizonte
E o dia, memora da flor hesterna
Mais que do melhor fruto
Que talvez não colhamos.

Ricardo Reis (Fernando Pessoa - 1888-1935)
Poesia
(edição de Manuela Parreira da Silva)