Deste-me a intempérie,
A leve sombra da tua mão
Passando por meu rosto.
Deste-me o frio, a distância,
O amargo café da meia-noite
Entre mesas vazias.
Sempre começou a chover
Na metade do filme,
A flor que para ti levei tinha
Uma aranha esperando entre as pétalas
Creio que sabias
E que favoreceste a desgraça.
Sempre esqueci o guarda-chuva
Antes de ir buscar-te,
O restaurante estava lotado
E vozeavam a guerra nas esquinas.
Foi uma letra de tango
Para tua indiferente melodia.
Julio Cortázar
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