domingo, 1 de janeiro de 2017

Pensar é uma incompreensível teimosia,
qualquer coisa como prolongar o perfume de uma rosa
ou perfurar com raios de luz
a espessura das trevas.

É também ultrapassar alguma coisa
através de uma insensata manobra
desde um barco acidentalmente submerso
até a uma navegação sem barcos.

Pensar é insistir
por uma solidão sem regresso.


Roberto Juarroz (1925-1995), in Poesia Vertical (1987).

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