sexta-feira, 4 de março de 2016

Que fazes tu, poeta? Diz! — Eu canto.
Mas o mortal e monstruoso espanto
Como o suportas? — Canto.
E o que nome não tem, tu podes tanto
Que o possas nomear, poeta? — Canto.
De onde te vem o direito ao Vero, enquanto
Usas de máscaras, roupagens? — Canto.
E o que é violento e o que é silente encanto,
Astros e temporais, como te sabem? — Canto.
Rainer Maria Rilke in Poesia do Século XX, Antologia, prefácio e notas de Jorge de Sena, Fora do Texto, Coimbra, 1994.

Sem comentários:

Enviar um comentário