terça-feira, 22 de março de 2016

Fim

— Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes — 
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro…

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)
Verso e Prosa
(edição de Fernando Cabral Martins)

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