sábado, 19 de março de 2016

Passavam mil anos. Seres extraordinários
saíam da terra ou nela penetravam e
desapareciam. Guerras arrasavam
o que se erguia por cima de outras guerras.
E este movimento era imóvel. As pedras
lá estavam, não mentiam, com os astros
as únicas fautoras do silêncio.
Havia qualquer coisa como o vento que erodia.
Mas passavam mil anos. Os povos contavam
pelos dedos. A morte não vinha mais depressa.


carlos poças falcão
o número perfeito
arte nenhuma (poesia 1987-2012)
opera omnia
2012

Sem comentários:

Enviar um comentário