segunda-feira, 16 de maio de 2016

[Amar sem caminho ]



.
Amar sem caminho
através da reinvenção do silêncio
.
A tentativa de espelhar a espessura
do meu desejo na rosa do teu rosto.
.
Uma escrita afundada em ti
A paixão que racha os muros da noite
paralela à minha mão
desperta e livre
a vaguear
na tua pele
como uma chama.
.
Paixão que dimana da terra
para todo o meu enlouquecimento,
uma inconsciência ritmada como as ondas
a escrever no teu corpo
que se eleva e contorce
flexível e fulminante
saindo-nos o beijo
sobre a volúpia das algas.
.
.
mas do igual do tempo
sem uma palavra, nos encontramos,
e o mar é sermos nós
no nosso leito
e voltarmos a nós
nos nossos passos
de silêncio
sem caminho.
.
o amor que o luar não tinge
um mar que se abre
na garganta
para a inominável deserção da voz
.
-
-
antónio carneiro
.

Sem comentários:

Enviar um comentário