[Na meia noite]
Na meia noite
das cidades interiores
em ruínas,
a um golpe da tua luz,
rebentarão as velhas almas
como vulcões maduros
ou metais saturados
enfurecendo as minas.
E enquanto a lua de vinagre
revolver num vómito
as alturas,
hão-de passar como um arrepio
para logo morrerem,
estremecentes e roxas,
as unhas da volúpia
na pele das coisas puras.
Carlos de Oliveira (1921-1981)
Trabalho Poético
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