segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

I
O passo alinhavado do cego,
abatido pela ponta da bengala,
é vermelho e branco quando ele passa
determinado, tatibitate o passo,
alinhada parede. Mão
atenta,
livre,
atravessa-lhe a rua. A confiança
só no coração se alcança:
é toda esperança.
Não a do cego. Ele sente a mão,
antes parede. Depois
o sobretacto ponta de bengala
no chão. Certeza
é um terror que se cala
branco ou vermelho ou a esmola
recebida, recusada. No jardim
recolhe sol com as mãos.
Leva-o aos olhos. Recolhe a casa
Para viver a manhã.


ruy cinatti
sete septetos
1967

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