Que rosto procuramos no papel pautado
Enquanto o aparo range na tarde sem-fim
E as moscas zumbem e a modorra cai,
Que corpo procuramos no escuro da noite
Envolvendo o silêncio do quarto alugado
E na repulsa de um leito solitário,
Que voz procuramos ouvir dia após noite
Nas ruas e casas e becos e praças e jardins
Não sabemos
Senão depois de os termos ignorado.
tomaz kim
cadernos de poesia
1952
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