quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Se algum dia alguém chegar a ler
este dizer agreste,
provavelmente pensará: que pálida lanterna;
não é deste metal que a luz é feita.

Calma. Pois não.

Mas quem assiduamente
visita os desvãos onde a noite se acoita
não precisa de mais que o clarão desta treva,
desta cegueira sem cão se sem bengala,
para no escuro rasgar o seu caminho
e nele ir progredindo às arrecuas.


a.  m. pires cabral
a noite em que a noite ardeu
cotovia
2015

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