[…]
Oh vem! vem!
No Fidji reina a primavera eterna
A preguiça
O amor faz desfalecer os casais na erva alta e a sífilis ronda sob as bananeiras
Vem para as ilhas perdidas do Pacífico!
Têm como nome Fénix, Marquesas
Bornéo e Java
E Celebes com a forma de um gato
Não podemos ir ao Japão
Vem ao México!
Nos altos planaltos florescem tulipeiras
As lianas tentaculares são a cabeleira do sol
Dir-se-ia a paleta e os pincéis de um pintor
Cores estrondosas como gongos
Rousseau esteve lá
E deslumbrou-lhe a vida.
É o país das aves
Ave do paraíso, ave-lira
Tucano, pássaro trocista
E o colibri faz o ninho no coração dos lírios negros
Vem!
Amar-nos-emos nas ruínas majestosas de um templo azteca
Serás o meu ídolo
Um ídolo colorido infantil um pouco feio e bizarramente
estranho
Oh, Vem!
[…]
Blaise Cendrars (1887-1961)
Poesia em Viagem
(tradução, prefácio e notas de Liberto Cruz)
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