terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O silêncio
de um fruto sobre a mesa,
apenas ferido
por um gume de luz
no meridiano.
Mas nenhuma ameaça,
nem o arnês de dedos
formando-se no horizonte,
apenas o golpe do sol
afiado na vidraça.
Um fruto
é um velho mestre
esperando na luz
as trevas
do amadurecimento.
O vinho só me lembra o não olvido.
Assim serei silêncio de uma história.
És breve. Já te esquece…
Ignara, ali sorrindo na memória,
Dum tempo que futuro hoje é já ido.
Quem ama anoitece.

Daniel Jonas / in Passageiro Frequente, Língua Morta, 2013
Trazido de Súbito

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